quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Série: Vale a pena assistir! "O Homem duplicado"

Por Verenna Carla Araújo

Uma cópia fiel ou falsa de voce?


Jake Gyllenhaal em ótima atuação
A trama Enemy ou O homem duplicado, homónimo do livro de uma das obras de José Saramago lançado em 2002, não é só mais um filme de tensão, é “o” filme de tensão. Divulgado no Brasil em 19 de junho de 2014, O homem duplicado, como toda história do escritor nos leva a analisar cada palavra escrita em seu livro, e agora fica melhor ainda sendo assistida pela incrível e diferenciada direção do canadiano Denis Villeneuve, com quem Jake Gyllenhaal curte trabalhar, já tendo feitos juntos Os suspeitos, e mais uma vez estão numa parceria de tirar o fôlego a todo momento, porque a gente fica pensando e chega até algumas vezes ter dúvida se Adam (protagonista interpretado de forma impecável por Jake) um professor de história cansado de sua rotina é mais um louco e vítima dessa sociedade moderna, ou ele realmente tem uma cópia, a do ator sem sucesso Anthony St. Claire, quando Adam o vê ao assistir um filme indicado por um amigo para aliviar o stress de seu dia-a-dia, e a partir desse momento o professor fica obcecado na busca por esse homem que é sua cópia (ou não?). 

José Saramago

Para quem leu o livro antes já sabe a resposta, que também traz muito incômodo com a loucura do personagem. O que me surpreende é a linha de direção inteligente que Denis tomou para fazer a trama, unindo um ótimo roteiro escrito por Javier Gullón que dá um caminho de dúvidas ao expectador mesmo sabendo o que está acontecendo, e eu que tenho curso de direção de cinema e pouco conhecimento, pude ter um “super intensivo” digamos assim de como de fato dar um direcionamento a bons atores, e da importância em se ter uma trilha sonora que se encaixe com o clima da obra, e essa missão foi muito bem cumprida pela dupla de compositores Saunder Jurriaans e Daniel Bensi, que casa com o clima de suspense desse enredo.  


Sara Gadon
Um nome de peso no elenco além de Jake Gyllenhaal é de Isabella Rossellini como a mãe de Adam; o filme conta também com atores renomados da cena “cult” do cinema como Melánie Laurent a Mary, namorada de Adam que o abandona logo que percebe sua insensatez. Sara Gadon interpretando Helen, a esposa de Anthony Claire, que na minha opinião faz a melhor interpretação feminina do filme. Participam também Stephen R. Hart, Jane Moffat, Joshua Peace e Tim Post. 




A fotografia ficou por conta de Nicolas Bolduc, com belos planos misturados a uma iluminação que variava de acordo com o personagem, no caso de Adam com planos mais fechados e menos luz, dando um ar mais sombrio, já na casa de Anthony o tom alaranjado traz a sensação de ilusão. Não posso deixar de falar da tarântula no filme, muito bem pensado ao usar este elemento que faz analogia com nossa vida presa em conflitos sociais, mais uma das sacadas inteligente de Villeneuve. Assistam e tirem suas conclusões, pois esse filme é um dos poucos que o expectador pode imaginar o que quiser dessa história.

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